Estudantes reproduzem movimento hippie em desfile por Encantado
Iniciativa dos alunos do Instituto Estadual de Educação (IEE) Monsenhor Scalabrini despertou olhares curiosos dos moradores da comunidade
Eles saíram pelas ruas da cidade com roupas coloridas,
munidos de cartazes, bandeiras e ocupando uma Kombi – de papelão - para simular os protestos pacíficos feitos
pelos hippies no movimento cultural, há cerca de 60 anos, em diversas partes do
mundo.
A atividade fez parte de um projeto coordenado pelo
professor Francis Calvi dentro dos componentes curriculares de Sociologia e
História e teve como objetivo desenvolver a criatividade, a comunicação e o
trabalho em equipe.
Antes do desfile, divididos
em dois grupos, os estudantes pesquisaram sobre os diferentes momentos do
movimento que buscava romper com as
normas e padrões culturais vigentes na época, dentre estes o consumismo, a
ideia tradicional de composição familiar, trabalho formal, entre outras.
Posteriormente, os resultados da pesquisa foram
apresentados por eles no auditório da escola, para todos os alunos dos 3ºs
Anos. “Eles precisaram falar sobre o trabalho para um público maior, vencer o
medo, a timidez e a vergonha”, comenta o professor Francis.
Para isso, os estudantes aprimoraram a oratória e
performance, bem como os estudos, para terem domínio do assunto ao subirem no
palco. “Ficamos nervosos, preocupados, mas deu tudo certo. Todos respeitaram
nosso tempo, nossos medos e prestaram atenção no que falávamos, com toda
certeza foi um trabalho incrível de se fazer”, relembra a estudante Letícia
Stefani Báo.
“Isso nos ajudou a trabalhar a ansiedade e o medo de falar em público”, afirma Anita Beatriz Macedo Goulart, colega de Letícia. “Todos os grupos capricharam na explicação e apresentação, incluindo também o ótimo comportamento e respeito enquanto outros apresentavam”, relata Janine Santin, também aluna do 3º Ano.
Ousadia
engrandeceu o trabalho
Devido ao sucesso das apresentações, professor e alunos decidiram
continuar explorando a pauta e reproduzir os protestos dos grupos hippies. Inicialmente,
a encenação ocorreria dentro da escola, no horário do intervalo. Porém, a
iniciativa tomou uma proporção maior e os colegas decidiram desfilar pelo
Centro de Encantado.
As turmas revezavam-se no contraturno para preparar o
figurino, os cartazes, selecionar músicas e montar a Kombi de papelão. O modelo
de carro tornou-se um ícone do movimento de contracultura na década de 1960.
“Corremos à procura de papelão, tintas, pincéis e ideias. Eu
e minha colega, depois de sair do trabalho, fomos para a escola no período
noturno para adiantar o término da Kombi”, conta Janine.
Chegado o dia da manifestação, todos estavam devidamente
trajados, com cartazes e o carro pronto. “Toda a vergonha foi embora de tão
divertido que foi”, lembra Anita.
Para Janine, a atividade foi única, não só para os alunos,
mas para quem circulava pela cidade. “Passamos pela avenida principal e todos
paravam, olhavam, fotografavam e curtiram conosco aquele movimento fora do habitual.
”
A estudante guardará o momento na memória. “Tenho certeza que no futuro esses momentos nos causarão um sorriso no rosto ao revermos as fotos e relembrarmos. ”
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