Projetos ambientais das escolas estaduais são premiados no concurso Viver Cidades
Estudantes de duas instituições da 3ª CRE foram os primeiros colocados nas categorias Ensino Fundamental e Ensino Médio
As escolas estaduais conquistaram diversas premiações no I
Concurso Viver Cidades, realizado pelo Grupo A Hora. Dentre elas, dois
primeiros lugares, nas categorias Ensino Fundamental e Ensino Médio, escolhidos
entre 76 propostas de escolas públicas e privadas, de 14 cidades da região. O
evento de entrega das distinções e seminário “Que ambiente queremos para o planeta?”
ocorreu na tarde de quarta-feira (10), no auditório do prédio 11 da Univates,
em Lajeado, com a participação de professores, estudantes e profissionais
ligados à área ambiental – tema do concurso.
Aos alunos do Ensino Fundamental foi solicitada a proposição
de jogos, brinquedos, utensílios, artesanatos ou outros produtos elaborados com
materiais recicláveis. Nicolas Koch, aluno do 7º Ano do Ensino Fundamental da
Escola Estadual de Educação Básica (EEEB) São Francisco, de Progresso, criou o
“Carrinho reciclável movido a água”. A proposta surgiu a partir de um vídeo do
TikTok.
“Estava conversando com a minha mãe sobre o que eu poderia
fazer. Pesquisando na internet, encontrei um vídeo de um carrinho movido a
água, mas ele não era reciclável. Então ela me disse: vamos tentar adaptar esta
ideia e começamos a fazer”, conta o estudante.
O pai foi o assistente na hora da montagem e a irmã mais
velha auxiliou na descrição do projeto. O primeiro protótipo foi apresentado na
escola, mas não havia dado certo. Nicolas levou para casa e refez o carrinho. A
segunda tentativa rendeu o vídeo de inscrição e o primeiro lugar no Concurso.
“Na hora fiquei tão feliz que quando subi no palco me
segurei para não chorar. Minha mãe também, nem conseguiu fazer foto”, relata.
Esta é a primeira vez que Nicolas ganha um prêmio pela escola e não pretende
parar por aí, quer seguir desenvolvendo projetos e apurando a criatividade.
Nicolas Koch, da EEEB São Francisco, de Progresso Crédito: Julia Amaral/Jornal A Hora |
Ganhadores Ensino
Médio
Na categoria Ensino Médio, os estudantes deveriam apresentar
projetos voltados à preservação ambiental que pudessem ser aplicados nas
escolas, residências ou organizações. As colegas do 3º Ano do Ensino Médio, Eduarda
Goetz Cardoso, Eloisa Paulina Gregory e Eduarda Gil da Rocha, da Escola
Estadual de Educação Básica (EEEB) Nicolau Müssnich, de Estrela, desenvolveram
a proposta “Descarte correto de medicamentos” e conquistaram a primeira
colocação.
Eduarda Cardoso conta que a ideia surgiu após a docente de
Biologia, Carmela Caye, lançar a proposta do Concurso para a turma. Ela e as
colegas pesquisaram acerca do descarte incorreto de medicamentos e identificaram
uma série de problemas ambientais causados por esta atitude impensada.
Anfíbios e peixes caudados podem, inclusive, ter modificações anatômicas em decorrência dos hormônios presentes nos remédios. A fim de facilitar a destinação correta deste tipo de produto, as estudantes confeccionaram caixas coletoras de medicamentos e as disponibilizaram em pontos estratégicos, como escolas e academias. Todo o material recolhido foi encaminhado pela professora ao destino certo. “Para nós, foi muito gratificante receber esse prêmio e poder representar a Escola Nicolau Müssnich”, resume Eduarda.
Vídeo: Caixas coletoras de medicamentos vencidos
Eduarda Goetz Cardoso, Eloisa Paulina Gregory e Eduarda Gil da Rocha, da EEEB Nicolau Müssnich Crédito: Julia Amaral/Jornal A Hora |
Estação Meteorológica experimental
A terceira colocação, na mesma categoria, foi conquistada pelo
projeto “Clima e tempo, a partir de uma estação meteorológica experimental”, da
Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Estrela, de Estrela. Coordenado pela
professora Bruna Lucia Laindorf, o
trabalho foi realizado com alunos do 3º Ano do Ensino Médio na disciplina de
Monitoramento Ambiental.
Com
materiais recicláveis e de baixo custo, eles instalaram no pátio da escola uma
Estação Meteorológica experimental. Por meio dela, realizam medições diárias de temperatura, pluviosidade,
umidade, orientação geográfica, velocidade e direção dos ventos.
Com base
nesses dados compararam os dados locais com as demais regiões, além disso,
conheceram os períodos mais secos, quentes, frios, úmidos e chuvosos do ano,
estabelecendo médias e possibilitando uma melhor previsão das variações do
tempo a longo prazo em Estrela/RS.
“A climatologia influencia diretamente em nossa vida: evita desastres
ambientais, permite a previsão de produtividade agrícola, além de influenciar
em inúmeras outras questões. Por isso, acredito que seja de suma importância
que eles aprendam sobre ela, saibam de onde vêm estes dados – muitas vezes
desacreditados – e possam perceber que são parte integrante do planeta e podem
sim agir para melhorar a realidade atual.”
Alunos do 3º Ano da EEEM Estrela Crédito: Julia Amaral/Jornal A Hora |
Categoria Escolas –
Melhores projetos voltados à sustentabilidade
O projeto “Amendoim forrageiro combatendo a erosão”, da
Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Severino José Frainer, de Marques de Souza, foi um dos
cinco premiados na Categoria Escolas – Melhores projetos voltados à
sustentabilidade. A proposta foi desenvolvida pelas professoras de Língua
Portuguesa, Maira Mendes, e de Ciências, Graciela Fleck, com apoio da diretora
Simone Zambiasi e envolve alunos do 6º ao 9º Ano.
Conforme Simone, a escola possui terrenos irregulares no entorno,
que sofriam erosão. Um técnico da Emater, então, lhes deu a ideia de plantar amendoim
em tais locais. Os estudantes ficaram responsáveis pelo plantio no ano passado,
2022, e obtiveram um belo resultado nos últimos meses.
Os barrancos ficaram verdes, intactos, sem deslizamento de
terra. “Como somos uma escola do campo trabalhamos muito a prática e o nosso
objetivo é que apliquem a técnica em casa e também tragam suas vivências e
conhecimentos para dentro da escola. Eles viram o resultado, se entusiasmaram e
levam para suas famílias. Foi uma troca muito boa, que continuará”, afirma Simone.
Alunos e professores da EEEF Severino José Frainer |
Amendoim forrageiro resolveu problema da erosão nos barrancos da escola |
Outro projeto premiado nesta categoria foi "Reaproveitamento de isopor", da Escola Estadual de Ensino Médio Gomes Freire de Andrade, de Teutônia. Idealizada pela professora de Biologia Débora Duarte Juffo, a proposta consiste na utilização de isopor como base para a produção de tijolos e foi colocada em prática por alunos do 3º Ano do Ensino Médio, de 2022, na disciplina Impactos Tecnológicos no Ambiente.
#deolhonopróximoconcurso
O Concurso Viver Cidades já tem uma segunda edição prevista.
O tema, desta vez, será “Água. Estudantes do Ensino Fundamental deverão
desenvolver trabalhos literários sobre o assunto, enquanto os alunos do Ensino
Médio precisarão fazer fotografias. Fiquem atentos para a divulgação do
regulamento, que ocorrerá em breve.
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