Estudantes da EEEM Estrela concorrem a uma vaga na Mostra Nacional de Feiras de Ciências
O projeto inscrito é “Avaliação da diversidade bacteriana no
ambiente escolar e teste de agentes antibacterianos”, ganhador da Feira Estadual
de Ciências da Univates
Alice Wagner Pies e Isadora Kahmann
Zuege, alunas do 3º Ano do Ensino Médio da EEEM Estrela, concorrem a uma vaga
na Mostra Nacional de Feiras de Ciências, em Brasília, após conquistarem
o primeiro lugar na 4ª Feira Estadual de
Ciências Univates, em 2022.
Elas concorreram pela categoria Ensino
Médio e Ensino Médio Profissionalizante, incluindo o Curso Normal, com dezenas
de outras instituições públicas, estaduais e federais, bem como particulares. O
trabalho desenvolvido pela dupla, intitulado “Avaliação da diversidade
bacteriana no ambiente escolar e teste de agentes antibacterianos” surgiu
durante uma aula de Biologia, ministrada pela professora Bruna Lucia Laindorf,
no ano passado.
Conforme explica a docente,
Microbiologia é um conteúdo do 2º ano – cursado na época pelas estudantes. A
fim de apresentar o tema de forma prática e relacionar à pandemia da Covid-19,
foi proposto aos alunos que identificassem os pontos de maior
incidência de bactérias na escola.
“Acredito que seja muito mais interessante apresentar o conteúdo
desta forma a eles. Para que pensem: como a ciência se desenvolve? De onde
surge um novo produto, uma vacina? Como funciona o método científico?”, explica
a docente.
Divididos em grupos, os estudantes coletaram os microrganismos em
diferentes locais e objetos. Na sequência, realizaram o cultivo das bactérias
no laboratório da escola e os analisaram em períodos de 24 horas, 72 horas e uma
semana.
O resultado foi surpreendente para a turma: ficou comprovado que o
celular era o item mais contaminado com bactérias, até mesmo em relação às
privadas dos banheiros e às maçanetas das portas.
Alice e Isadora ficaram animadas com a descoberta e instigaram a
professora a seguir na pesquisa. “Elas mergulharam na ideia. Questionavam muito”,
comenta Bruna. Junto com os colegas, fizeram uma nova coleta na escola, desta
vez em plantas que pudessem ser antibacterianas. Identificaram a canela como a
planta mais eficaz, dentre as testadas.
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Para ir além
Com este resultado em mãos, inscreveram-se para a Feira de
Ciências, na qual sagraram-se ganhadoras e receberam bolsas de Iniciação
Científica na Univates. “Ter participado desse projeto é muito gratificante.
Termos a oportunidade de estarmos presentes na ciência desde novas faz com que
vejamos a grandeza desse mundo e o quanto podemos ir além”, planeja Alice.
As estudantes estão esperançosas
com a possibilidade de conquistar uma vaga na Mostra Nacional de
Feiras de Ciências. “Espero que possamos nos
destacar ainda mais, além de sermos três mulheres trabalhando com a ciência, é
uma paixão em comum que temos por essa área e trabalhamos muito bem como
equipe”, completa a aluna Isadora.
O sonho da licenciatura é real
A professora Bruna foi contemplada
com uma Bolsa de Apoio Técnico à Extensão no País (ATP-A), para divulgação da
ciência nas escolas. “Isto mostra que escola pública tem condições de fazer. Por
vezes, a situação, os equipamentos não são perfeitos, mas isso não impede que
você faça, que busque uma alternativa”, ressalta a professora.
Ela cursou Licenciatura em Ciências Biológicas pela Unisc –
Universidade de Santa Cruz do Sul – e trabalhava na iniciativa privada, fez Mestrado e Doutorado na Unipampa, mas
sempre manteve o sonho de lecionar. Ano passado, surgiu a oportunidade e Bruna
pôde retomar este plano antigo. “Eu sinto que aqui consigo fazer a diferença.
Os estudantes são críticos e participativos e a escola também está aberta a
novas metodologias.”
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